terça-feira, agosto 12, 2008

Êta vida besta

Acabara de acordar e só ouvia um burburinho. Deviam ser as pessoas no quintal – sua janela dava para lá e sempre depois de uma grande festa a família se reunia no dia seguinte, pra contar os causos da noite anterior e comer tudo que sobrava. Esperou um pouco na cama até o mau-humor matinal passar. Tirou o pijama, foi ao banheiro lavar o rosto e juntou-se aos outros. Contavam histórias da tia que ficou bêbada e chamou um rapaz de bicicleta pra entrar na festa – lá pelas 3 da manhã... Agora de perto, o burburinho se transformava em barulho e agitação de pessoas falando alto, rindo alto e disputando a vez de falar.

Enquanto isso na cozinha, a avó esquentava o arroz e cantava uma de suas cantigas da igreja. Toda hora alguém entrava e pedia um talher, ou um copo. A avó entregava e continuava cantando. As crianças corriam, os cachorros pediam comida. Um deles, o mais perspicaz, olhava ao redor esperando alguém se distrair: pulou no prato de um menino que saiu chorando. Foi expulso aos xingos. Amanhã era segunda-feira e todo mundo ia embora de novo. Fazia tempo que a família não se juntava assim. Ela só ouvia os causos, ainda com sono e preguiça de falar. Mas era bom estar ali.

Um comentário:

Anônimo disse...

O post veio bem a calhar. Amanhã vou visitar a família em PA city.
Bjos.

Ah, e anota o novo: www.papelsempauta.wordpress.com