terça-feira, dezembro 18, 2007

Mais um trabalho final usado como post...

Cidade, City, Cité. Parafraseando Cid Campos e Augusto de Campos, damos início a nosso ensaio audiovisual sobre "as rasuras da modernidade no espaço da metrópole". Usando três palavras que designam o mesmo objeto lado a lado, acreditamos não incorrer em qualquer tipo de redundância, pois da mesma forma que Estados Unidos, Paris e Alpes são lugares completamente distintos, cada metrópole tem suas próprias rasuras. Num tom indefinido, alguma coisa entre o cinza do concreto, as cores pálidas da cidade e o amarelado típico do que é envelhecido, apresentamos a multidão confusa e o tráfego borbulhante se apropriando e invadindo os bulevares em ritmos descontínuos e fluxos assimétricos.

A câmera, quase sempre distante, é de quem observa a cidade e seu horizonte imperfeito com nostalgia do que ainda não deixou de ser. Do alto vemos a massa. De perto, constatamos que ainda existem pessoas na metrópole, e que algumas ainda insistem em ignorar o barulho, o caos, e toda a confusão do mundo ao seu redor. Jogam xadrez, sentam e esperam o que nem elas mesmas sabem, tentam organizar o trânsito, como se pudessem se subtrair daquele espaço desordenado.

A metrópole é assim: momentos de silêncio, períodos de sons irritantes e indistinguíveis. E se há os que tentam organizar a metrópole por meio da ação, há os que tentam faze-lo pela palavra. Dizem da metrópole como se fossem alheios a ela. Fazem previsões catastróficas, ou não vêem além do óbvio ululante. Como dois pássaros no alto de um prédio, vêem o emaranhado de carros na hora do rush, mas não se afetam por ele, ou então conferem tanta atenção aos automóveis que não conseguem ver o carrinho de pipoca do outro lado da rua, solitário e estático, como são as pessoas na metrópole.

2 comentários:

André disse...

gosto de te ler...
e tinha muito muito tempo que não viha aqui.

Anônimo disse...

nossa heim!