quinta-feira, janeiro 11, 2007

Razões

Às vezes tinha a nítida impressão de que era um ser único no mundo, pior, tinha a clara certeza de que nascera no planeta errado. Nenhum outro ser humano era capaz de tantos pensamentos, ações e palavras tão estúpidas. Sentia que sempre fazia a coisa errada. Falava demais, era sincera demais, espotânea demais. Talvez devesse se esconder, talvez devesse ficar quieta, talvez pudesse mudar de planeta. Teve vontade de sentar na grama e olhar o céu. Mas não tinha grama no apartamento e estava chovendo. Queria deitar na grama e olhar o céu, como daquela vez que ficou horas olhando o céu, tentando desarranjar toda a confusão daquela mente esquisita. Daquela vez tinha motivos para olhar o céu.
...
Esse era o problema. Tudo precisava de um motivo.